Argumentos contra a identificação de Miguel com Jesus
Algumas igrejas cristãs trinitárias, consideram que, pelo fato de Miguel ser chamado de arcanjo, identificá-lo como o Filho de Deus rebaixa, de algum modo, a dignidade ou o posto de Jesus. Assim, rejeitando que ambos possam ser a mesma pessoa, apresentam como argumentos as seguintes premissas: Ainda assim arcanjo significa comandante,e no livro de Daniel o "arcanjo Gabriel" disse que apenas Miguel é superior a ele,contraditório pois em Lucas 1:16 diz:" Eu sou Gabriel que assisto diante de Deus..." Gabriel é o querubim que assumiu o lugar de Lucifer como o primeiro anjo, e não há anjo acima dele nos céus, Miguel é superior e o unico que comanda os anjos é Jesus .
- Jesus é criador (João 1,3); Miguel é criatura (Colossenses 1,16);
- Jesus é adorado por Miguel (Hebreus 1,6); Miguel não pode ser adorado (Apocalipse ou Revelação 22,8-9);
- Jesus é o Senhor dos senhores (Apocalipse 17,14); Miguel é príncipe(Daniel 10,13);
- Jesus é Rei dos reis (Apocalipse ou Revelação 17,14); Miguel é príncipe dos Judeus (Daniel 12,1);
- Nenhum anjo alguma vez foi chamado por Deus como seu Filho (Hebreus 1,5-6) e Deus jamais disse "Assenta-te à minha direita" aos anjos (Hebreus 1:13);
- O mundo futuro não sera submetido a nenhum anjo «Porque não serão os anjos que sujeitarão o mundo futuro, de que falamos»(Hebreus 2,5) em câmbio sera submetido a Jesus «a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.»(Hebreus 1,2);
- Jesus está no livro do Apocalipse ou Revelação sobre um cavalo(Apocalipse ou Revelação 19, 19-21) ,a seguir um anjo[Miguel] faz aparição (Apocalipse ou Revelação 20, 1-2), enquanto Jesus estava no cavalo, este anjo tem as chaves do abismo, da mesma forma que Pedro tem as chaves do céu e não se pode portanto dizer que Pedro é Jesus, é importante dizer que Jesus é o proprietário de ambas chaves.
- Um anjo é um mensageiro de Deus e Miguel lhe traz uma mensagem de Deus a Josue (Js 5,14).
- O mesmo erro de Josué (Js 5,14) ao adorar um anjo foi o que cometeu João (Apocalipse ou Revelação 19,9-10);
- O Filho de Deus por antonomásia não assumiu jamais uma natureza angélica (Hebreus 2,16);
- Os anjos jamais recebem adoração (Colossenses 2, 18; Apocalipse ou Revelação 19,10; 22,9); Jesus recebe adoração de
- anjos: Hebreus 1,6 (em isto a TNM estava de acordo desde 1950 até 1970);
- dos discípulos: Lucas 24,52;
- dos crentes: João 9,38;
- dos santos na glória: Apocalipse ou Revelação 7,9-10;
- eventualmente de todos: Filipenses 2,10-11; Mateus 9,18; 15,25;
- DEUS não partilha a sua glória com ninguém (Isaías 42,8). Jesus, não um anjo, partilha da glória de DEUS desde antes que o mundo existisse (João 17,5);
- Os anjos são servos desde a sua criação (Hebreus 1,14); Jesus assumiu a condição de servo quando da sua kénosis (Filipenses 2,7);
- Somente ao nome de DEUS todo o joelho se dobrará: «"Por minha vida" - diz Jeová - "todo joelho se dobrará diante de mim e toda língua reconhecerá abertamente a Deus"» (Romanos 14,11 TNM); ao nome de Jesus todos dobrarão o seu joelho: «ao nome de Jesus, se dobre todo joelho dos no céu, e dos na terra, e dos debaixo do chão, e toda língua reconheça abertamente que Jesus Cristo é Senhor» (Filipenses 2,10-11 TNM);
- Os anjos somente podem estar em um único lugar pois a Bíblia jamais afirma que são omnipresentes; Jesus, pelo contrário, é «Aquele que em tudo preenche todas as coisas»(Efésios 1,23 TNM); «Aquele que ascendeu muito acima de todos os céus, para que desse plenitude a todas as coisas» (Efésios 4,10 TNM); e quem «Sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder» (Hebreus 1,3 TNM)»;
- Em Daniel 10,13, Miguel é «um dos principais príncipes»; se fosse identificável com Jesus, pelo que já foi indicado mais acima, ter-se-ia dito «o principal príncipe»; mais: se Miguel é "um dos principais príncipes" e ele é apodado de "arcanjo", podemos, com toda a certeza, ainda que a Bíblia não lhes chame assim - «mas também jamais afirma que Jesus tinha dentes e não obstante...» [33] - saber que existem mais destas criaturas, ou seja, que Miguel não é o único arcanjo, o que invalida algumas interpretações que tentam identificar Jesus com esse anjo.
- O título Príncipe não é exclusivo, Lúcifer é chamado Príncipe (Apocalipse ou Revelação 1,5),(Daniel 8,25),(João 12,31; 14,30; 16,11),(Ef 2,2) , Jacob foi chamado príncipe (Gén 23,6). B. David foi chamado príncipe também (Ezequiel 34,24).
- No livro de Daniel Jesus é chamado "Filho do Homem" (Daniel 7,13-14), Miguel e Lúcifer Príncipes (Daniel 10,13;10,21;12,1). E em Daniel 21, o "Filho do Homem" fala claramente a Daniel que Miguel é um ser que o apoia, portanto é distinto dele.
- Na carta de Judas refere-se a Jesus como Jesus Cristo (Judas 1;4;17;21;25) e a Miguel como arcanjo (Judas 9) sem relacioná-los em nenhum momento.
- Lúcifer é chefe de anjos, por isso não se pode afirmar que somente há um chefe de anjos; e, mesmo considerando que houvesse, tem-se de considerar que há diferentes graus de comando (Salmo 103,20-21 , Mateus 26,53).
- O manuscrito grego original de 1 Tessalonicenses 4,16 diz "à voz do arcanjo" fazendo uma distinção de Jesus e do papel de arcanjo. De qualquer maneira, a voz é um atributo, e não por alguém ter um atributo pode-se dizer que têm determinada natureza, por exemplo, alguém pode ter a voz de uma criança sem ser criança, na melhor das hipóteses se pode interpretar que Jesus tem o controle dos anjos nesse momento.
'
Grego original:
ταϲ οτι αυτοϲ ο κϲ εν κελευϲματι ε φωνη αρχαγγελου και εν ϲαλπιγ γι θυ καταβηϲε ται απ ουρανου και οι νεκροι εν χω αναϲτηϲον
[34]'
'
Tradução oficial dos manuscritos em Inglês:
because the Lord himself, with a shout, with the voice of the archangel, and with the trumpet of God, shall descend from heaven, and the dead in Christ shall arise first;
[35]'
-
- αρχαγγελου: of the archangel (1 Tessalonicenses 4,16)[36][37]'
- ἀρχάγγελος: archangel (Judas 9)
Histórica e cronologicamente falando, as teses interpretativas dos textos bíblicos mencionadas pelos que defendem que Miguel é um outro nome de Jesus, remontam ao
Século IV quando foram propostas e defendidas, quase com as mesmas argumentações, na exposição cristológica de alguns discípulos e adeptos do presbítero alexandrino
Ário.
[carece de fontes]
Alguns
[quem?] mencionam a carta de
Narciso de Neroníades, discípulo de Ário, ao comentar a maior obra do seu mestre,
"Thalia", a
Eusébio de Nicomédia, bispo da capital imperial e amigo de
Constantino I. Segundo eles, essas linhas argumentativas são apresentadas para conciliarem as suas peculiares leituras bíblicas com as filosofias helenistas presentes no horizonte cultural do seu tempo
[38] A mesma tese surge numa outra carta, agora de Eusébio de Nicomédia a
Paulino de Tiro [39]
Na ocasião, as contra-argumentações que foram apresentadas para desmontar, e demonstrar a insustentabilidade, das teses dos filo-arianos, embora possam parecer aos olhos de hoje muito simples, não destoam da pouca profundidade crítica e teológica daquelas que lhes deram origem: além de uma clara rejeição de toda a angeolatria (Colossenses 2,18; Hebreus 1,14; 2,5; Apocalipse 19,10) como contrária a toda a revelação bíblica, estrutura-se, a referida crítica, em redor da contextualização da citação de Judas 1,9, a qual, afirmavam, é uma citação do livro apócrifo, não inspirado nem canónico, da
"Assunção de Moisés" que se refereria a três (eventualmente quatro:
Gabriel, São Miguel,
Rafael Sanzio e
Satã)
arcanjos, deduzindo-se então que Miguel não seria o único arcanjo, pelo que a expressão "ο αρχαγγελος", num argumento corroborado pela construção sintáxica do texto original do citado livro apócrifo, nunca poderia ser um oposto a "Μιχαηλ". Referem-se, ainda, ao facto de não obstante somente no livro de
Naum se dizer que é um livro de dado profeta ("sëper Házôn naHûm") não se poder, daí,
"concluir que os restantes textos proféticos não sejam também livros proféticos" (página 284).
A respeito da tentativa de identificar
Jesus com Miguel, por referência às citações comuns a ambos comandarem legiões celestes (Mateus 13,41; 16,27; 24,31; 1 Pedro 3,22), citam uma carta do próprio Ário que fala dos "presbíteros de
Prólico (seu superior monástico)" e dos "presbíteros de Alexandre (seu bispo)" para mostrarem que não é pelo facto de nas duas únicas referências a "presbíteros de" se referirem a Prólico e a Alexandre que se pode identificar Alexandre com Prólico, pois
"os presbíteros daquele são mais do que os deste, sem que passem a constituir dois corpos presbiterais, antes estando o de Prolico inserido no de Alexandre" (página 323). Analogamente, dizem os detractores clássicos da antiguidade acerca da tese da identificação de Miguel com Jesus, as "legiões de Cristo" são maiores do que as de Miguel, pois somente, ainda segundo o livro do Apocalipse e a carta de Judas, Miguel não assumiu o papel de juiz escatológico, deixando-o para Jesus Cristo, pois
"apesar de votar Satã ao degredo, não o julga nem acusa nem condena" (página 316).
Por sinal, nesta carta, não é citada a passagem de Tessalonicenses, mas na contra-argumentação geral, aduz-se que "εν" mais dativo não é neste contexto construção modal ("com voz de..."), mas temporal ("à - quando se fizer ouvir a - voz de...") tal como em 1 Tessalonicenses 5:2.
Estas perspectivas dos críticos de Narciso e de Eusébio de Nicomédia são retomadas num dos maiores expoentes da literatura inglesa,
O Paraíso Perdido de
John Milton, segundo o qual, é somente após a intervenção de Cristo com as suas legiões de anjos que o combate iniciado pelo arcanjo Miguel se decide para o lado de Deus (canto VI).
[editar]Argumentos a favor da identificação de Miguel com Jesus
[editar]* Ponto de vista das denominações cristãs não-trinitarianas
A denominação
Testemunhas de Jeová, apresenta várias razões a favor da doutrina que identifica o Arcanjo Miguel como sendo o próprio Jesus Cristo. Alistam-se de seguida esses argumentos:
[Miguel significa: Quem É Semelhante a Deus?].
O único santo anjo, além de Gabriel, mencionado por nome na Bíblia, e o único chamado de “arcanjo”. (Ju 9) A primeira ocorrência do nome se acha no capítulo dez de Daniel, onde Miguel é descrito como “um dos mais destacados príncipes”; ele veio ajudar um anjo de categoria inferior, que sofreu oposição da parte do “príncipe do domínio real da Pérsia”. Miguel foi chamado de ‘príncipe do povo de Daniel’, ‘o grande príncipe que está de pé a favor dos filhos do povo de Daniel’. (Da 10:13, 20, 21; 12:1) Isto indica ser Miguel o anjo que guiou os israelitas através do ermo. (Êx 23:20, 21, 23; 32:34; 33:2) Esta conclusão é apoiada pelo fato de que “Miguel, o arcanjo, teve uma controvérsia com o Diabo e disputava acerca do corpo de Moisés”. — Ju 9.
A evidência bíblica indica que o nome Miguel se aplicava ao Filho de Deus antes de ele deixar o céu para se tornar Jesus Cristo, e também depois do seu retorno. Miguel é o único mencionado como “o arcanjo”, que significa “anjo principal” ou “anjo mais importante”. O termo ocorre na Bíblia apenas no singular. Isto parece dar a entender que há apenas um a quem Deus designou como o principal, ou cabeça, da hoste angélica. Em 1 Tessalonicenses 4:16 descreve-se a voz do ressuscitado Senhor Jesus Cristo como a dum arcanjo, sugerindo que ele mesmo, efetivamente, é o arcanjo. Este texto descreve-o como descendo do céu com “chamada dominante”. Portanto, é apenas lógico que a voz que faz esta chamada dominante seja descrita por uma palavra que não diminuiria ou rebaixaria a grande autoridade que Cristo Jesus tem agora como Rei dos reis e Senhor dos senhores. (Mt 28:18; Re 17:14) Se a designação “arcanjo” não se aplicasse a Jesus Cristo, mas a outros anjos, então não seria apropriada a referência à “voz de arcanjo”. Neste caso, descreveria a voz de uma autoridade inferior à do Filho de Deus.
Há também outras correspondências que estabelecem que Miguel realmente é o Filho de Deus. Daniel, depois de fazer a primeira referência a Miguel (Da 10:13), registrou uma profecia que se estende ao “tempo do fim” (Da 11:40) e depois declarou: “E durante esse tempo pôr-se-á de pé Miguel, o grande príncipe que está de pé a favor dos filhos de teu povo [o de Daniel].” (Da 12:1) Miguel ‘pôr-se de pé’ devia ser associado a “um tempo de aflição tal como nunca se fez ocorrer, desde que veio a haver nação até esse tempo”. (Da 12:1) Na profecia de Daniel, ‘pôr-se de pé’ freqüentemente se refere à ação de um rei, quer por ele assumir o poder régio, quer por agir eficazmente na qualidade de rei. (Da 11:2-4, 7, 16b, 20, 21) Isto apóia a conclusão de que Miguel é Jesus Cristo, visto que Jesus é o Rei designado de Jeová, comissionado para destruir todas as nações no Har-Magedon. — Re 11:15; 16:14-16.
O livro de Revelação (Apocalipse 12:7, 10, 12) menciona especificamente Miguel relacionado com o estabelecimento do Reino de Deus, e liga este evento com tribulação para a terra: “E irrompeu uma guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam com o dragão, e o dragão e os seus anjos batalhavam. E ouvi uma voz alta no céu dizer: ‘Agora se realizou a salvação, e o poder, e o reino de nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo, porque foi lançado para baixo o acusador dos nossos irmãos . . . Por esta razão, regozijai-vos, ó céus, e vós os que neles residis! Ai da terra e do mar.’” Jesus Cristo é mais adiante retratado como chefiando os exércitos celestiais na guerra contra as nações da terra. (Re 19:11-16) Isto significaria um período de aflição para elas, que logicamente estaria incluído no “tempo de aflição” associado com Miguel pôr-se de pé. (Da 12:1) Visto que o Filho de Deus deve combater as nações, é apenas razoável que foi ele quem anteriormente, com seus anjos, batalhara contra o dragão sobre-humano, Satanás, o Diabo, e os anjos dele.
Jesus, na sua existência pré-humana, foi chamado de “a Palavra”. (Jo 1:1) Ele tinha também o nome pessoal de Miguel. Por reter o nome Jesus depois da sua ressurreição (At 9:5), “a Palavra” mostra ser idêntico ao Filho de Deus na terra. Reassumir ele seu nome celestial, Miguel, e seu título (ou nome) de “A Palavra de Deus” (Re 19:13) relaciona-o com sua existência pré-humana. O próprio nome Miguel, fazendo a pergunta: “Quem É Semelhante a Deus?” indica que Jeová Deus é sem igual, ou semelhante, e que Miguel, seu arcanjo, é seu grande Defensor ou Vingador.
[editar]* Ponto de Vista das Denominações Cristãs Trinitarianas
A Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma denominação cristã trinitária e têm Jesus como SENHOR, digno de ser adorado, sendo uma das Cinco Colunas da Verdade apresentada na Bíblia.
1ª - Deus. Jeremias 10:10; 2ª - Filho. S. João 14:6; 3ª - Espírito Santo. 1 S. João 5:6; 4ª - Bíblia. João 17:17; 5ª - Os Dez Mandamentos. Salmos 119:151;
Por não terem como pressuposto natureza angélica ao Arcanjo Miguel, identificam este como sendo uma cristofania ou um título nominativo ao Messias antes do primeiro advento. São apresentados alguns argumentos, dentre os quais:
- Quanto ao facto de ter sido (supostamente) Deus e não Miguel a condenar Satanás (Judas 9) é importante salientar que:
- No livro de Zacarias, capitulo 3 e versículo 2, encontramos o seguinte texto, supostamente, escrito em terceira (3ª) pessoa que serve de comparação: "Mas o SENHOR disse a Satanás: - O SENHOR te repreende, ó Satanás; sim, o SENHOR, que escolheu a Jerusalém, te repreende".
- Questionar quem está repreendendo a Satanás é um assunto de menos importância.
- Conforme Marcos 1:9-11, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo são pessoas distintas, mas são um em amor, caráter, propósito, poder, etc (João 14:8-10).
- Não há argumentos plausíveis quanto a desqualificar Miguel como sendo o próprio Jesus, somente baseado em Judas 9. - Cabe neste caso, um estudo mais aprofundado do texto original em hebraico (VT) ou em grego (NT) para se entender o que os escritores (Zacarias e Judas) quiseram dizer.
- Antes de Adão e Eva caírem em pecado, Satanás foi expulso do céu. Miguel (Jesus) e seus anjos batalharam conta o Dragão (Satanás) e seus anjos. Apocalipse 12:7. Os livros de Daniel e Apocalipse são livros proféticos e cheios de simbolismo. As Palavras "Miguel" e "Dragão" são símbolos. Satanás foi vencido e expulso do céu.
- Jesus em certa ocasião disse aos discípulos: Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago. Lucas 10:18.
- Esta identificação de Miguel com Jesus tem como objetivo explicar as profecias bíblicas. Em Apocalipse 12 é relatado Miguel expulsando Satanás do céu. Em Daniel 12 mostra como Miguel será vitorioso contra Satanás salvando seu povo.
- Jesus é criador (João 1,3); anjo é criatura (Colossenses 1,16);
- Miguel é o único arcanjo(Comandante dos anjos) mencionado na Bíblia (Novo Testamento);
- Jesus é adorado pelos anjos (Hebreus 1,6), mas não por Miguel.
- As únicas referências bíblicas para o nome Miguel foram mencionadas acima e são:
- Daniel 10,13; Daniel 10,21; Daniel 12,1; Judas 1,9; Apocalipse ou Revelação 12,7.
- Nenhuma dessas referências apresenta Jesus sendo adorado por Miguel.
- Os anjos não podem ser adorados (Apocalipse ou Revelação 22,8-9);
- Mas não podemos afirmar que Miguel não deve ser adorado enquanto existir evidência de que trata justamente da pessoa de Jesus;
- Jesus é o Senhor dos senhores (Apocalipse ou Revelação 17,14);
- Jesus é o Príncipe da Paz (Isaias 9,6);
- Miguel é um dos primeiros Príncipes (Daniel 10,13);
- Jesus é Rei dos reis (Apocalipse ou Revelação 17,14) e Príncipe da Paz (Isaias 9,6);
- Miguel é o grande príncipe (Daniel 12,1);
- Miguel é o "defensor dos filhos do teu povo";
- Em Daniel 12:1, Miguel é apresentado como salvador;
- Está escrito: "será salvo, todo aquele que for achado inscrito no livro" (da vida);
- Somente Jesus é Salvador (Atos 4,12);
- Considerar Miguel uma criatura (um anjo) é contraditório, pois uma criatura (um anjo) não pode ser salvador.
[editar]O anjo Miguel nos manuscritos do Mar Morto
São Miguel luta contra o
dragão, por Jean Fouquet.
Desde a publicação, em
1991, da quase totalidade dos textos descobertos no deserto da
Judeia, comumente conhecidos como os
manuscritos do Mar Morto, que o estudo acerca da angeologia judaica sectária e extra-bíblica teve um grande desenvolvimento.
Nestes textos, numa perspectiva que viria a ser recuperada pelos movimentos gnósticos do
Século I, Miguel é apresentado como a figura celestial de
Melquisedeque exaltado, elevado aos céus. É similarmente referido como o "príncipe da luz", conforme 11Q13, que dará combate ao "príncipe das trevas",
Satã,
Belial ou
Melkireshah (o príncipe das profundezas da Terra). Este confronto dar-se-á aquando da grande batalha celeste que antecederá o fim dos tempos e a nova vinda do fundador da comunidade
essênia, o "Mestre da Justiça", como Messias escatológico.
Neste contexto, e numa descrição profundamente ambivalente, em 4Q529 e 6Q23 o triunfo definitivo da paz não lhe é atribuído, conforme alguns depreendem de
Judas 1:9, acima transcrito, onde Miguel recusa a função de juiz escatológico, mas apenas é o seu arqui-estratega. Miguel recusa inclusive o título de "Senhor" e de "Salvador", ao mesmo tempo que, segundo 4Q246, aguarda que, tal como o seu modelo histórico apresentado neste texto,
Antíoco Epifânio, se possa autoproclamar "um deus" e ser adorado como deus, tal como aquele em
Daniel 11,36-37.
Para outros
[quem?], segundo a interpretação que fazem de alguns dos
manuscritos do Mar Morto, Miguel é mesmo apresentado como o grande usurpador do senhorio de Deus numa opinião que, com alguns matizes, é idêntica à de movimentos para-cristãos nascidos no
Século XIX. Segundo aquela referida interpretação, Miguel louvaria o malquisto rei
Sedecias, referido em
2 Reis 24:19, prometendo-lhe, inclusive, uma aliança para que este leve a bom termo os seus planos malévolos.
Em síntese, a angeologia apresentada pela interpretação destes textos não é homogénea, mas aduz um grande leque de orientações desde as menos negativas como as que consideram Miguel como Melquisedeque exaltado, mas com desejos de ser adorado, até às profundamente negativas, as que o concebem como próximo do malévolo rei Sedecias. Nos primeiros séculos da nossa era, esta literatura teve muita influência em círculos gnósticos vindos do helenismo platonizado na medida em que a sua falta de clareza e a ambiguidade esotérica, quase a roçar o paganismo (de facto, tais perspectivas jamais poderiam ser tidas como inspiradas, quer pelo judaísmo, quer pelo cristianismo), serviu plenamente os seus intuitos de estabelecerem pontes de contacto com o crescente influxo cultural do cristianismo e, assim, não perderem a sua importância religiosa.
[editar]Perspectivas mitológicas
De acordo com alguma angeologia inter-testamentária heterodoxa (
"Revelação de Satanás" e
"Ascensão de Melquisedec"), retomada posteriormente por cristão gnósticos - que não admitiam que Deus pudesse na verdade ter tocado, andado e vivido num mundo que consideravam perverso e diabólico - e cultos pagãos mistéricos da bacia do
Mediterrâneo Oriental - que se serviram desta figura que tão poucas vezes aparece nomeada na Bíblia para estabelecerem pontes com cristãos menos formados -, o Anjo Miguel -
"malach Micha'el" - ou o Justo Miguel -
"sedek Micha'el" -; não era senão
Melquisedeque "Mal'ch sedek" exaltado, glorificado, não sendo, pois, identificável como uma criatura primogénita.
Para estes movimentos que orbitavam o cristianismo primitivo, profundamente influenciados pela corrente filosófica do platonismo - que concebia a sua cosmologia como uma contínua estratificação de seres intermédios entre um demiurgo impotente e indiferente para com a humanidade e a sua criação -
"sedek Micha'el" seria a figura do justo por excelência, aquele que, segundo
Platão, morreria crucificado.
Misturando esta convicção filosófica com correntes cristãs heterodoxas, os passaram a acreditar que, quem morrera na cruz, sob
Pôncio Pilatos, afinal não fora senão Melquisedeque sob a aparência de
Jesus de Nazaré que, na verdade, segundo estes, jamais existira. Para estes
"sedek Micha'el", enquanto andou sobre a Terra debaixo da aparência de Jesus de Nazaré, jamais fora verdadeiramente homem, rejeitando terminantemente que ele tivesse tido a necessidade de comer, beber, dormir, expressar emoções ou realizar necessidades fisiológias pois, se assim não fosse, não teria podido ser um anjo, isto é, um ser puramente espiritual.
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São Miguel Arcanjo por Hans Memling
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Referências
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- ↑ a b Schneider, Johann Gottlob. Kritisches Griechisch-Deutsches Handwörterbuch
- ↑ Dicionário grego-português Escrito por Rudolf Bölting,Instituto Nacional do Livro
- ↑ (em inglês)The new and complete dictionary of the English language: To which Volumen 1 Escrito por John Ash
- ↑ (em inglês)A Greek and English dictionary: comprising all the words in the writings of ... Escrito por John Groves
- ↑ (em inglês)A new Greek and English lexicon to the New Testament: on the plan of Dawson Escrito por Henry Laing
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- ↑ Diccionario Exegético del Nuevo Testamento de Balz-Schneider, editorial Sígueme, tomo 1 pág. 46)
- ↑ Interlinear Hebrew Bible
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- ↑ a b (em inglês)The Oxford guide to people & places of the Bible By Bruce M. Metzger,Michael D. Coogan
- ↑ (em inglês)The International Standard Bible Encyclopedia Escrito por Geoffrey W. Bromiley
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- ↑ (em inglês)A dictionary of the Bible Escrito por Samuel Rolles Driver
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- ↑ (em inglês) Artigo sobre o Arcanjo Miguel na The Catholic Encyclopedia
- ↑ (em inglês)A Hebrew and English lexicon of the Old Testament Escrito por Wilhelm Gesenius,Edward Robinson
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- ↑ (em inglês)Who's who in the Jewish Bible Escrito por David Mandel
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- ↑ Gordon Kaufman - "Systematic Theology: A Historicist Perspective", p. 94
- ↑ Codex Sinaiticus- Manuscritos originais
- ↑ Codice Sinaiticus - Manuscritos originales
- ↑ Interlinear Bible - 1 Tessalonicenses cap. 4
- ↑ Codice Sinaiticus - Manuscritos originales - Tessalonicenses 4
- ↑ Esta obra está citada e comentada, com a apresentação das contra-argumentações, em H. G. Optiz – "Athanasius Werke, III, 1: Urkunden zur Geschichte der arianischen Streits", Berlim.
- ↑ Obra citada e comentada com as contra-argumentações dos teólogos de então em F. Paschke - "Überlieferungsgeschichtliche Untersuchungen", Berlim.
[editar]Ligações externas